quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A Saudade dói.

Só há uma coisa que o tempo não cura: a Saudade.
O coração começa a ficar pesado e dele chovem lágrimas.
Talvez a Saudade se cure com o tempo, mas para isso deve ser preciso muito, muito tempo. Tanto tempo como o tempo que eu não tenho.
Quando o corpo se vai embora e com ele leva a mente (até muito, muito tempo) e apenas nos fica um coração de recordações, sentimos saudade, saudade essa que nunca cura, que faz do coração choverem lágrimas de tão pesado que está.

Não vai fazer agora um ano que partiste - aliás, para mim tu nunca partiste, continuas aqui no meu coraçãozinho pequenino por vezes leve e pesado- porque este ano não há dia 29 de Fevereiro, e não foi dia 28 nem dia 1 que o teu corpo fugiu e com ele levou a mente, deixando apenas ficar um coração de recordações... E aqui há dias encontrei uma fotografia nossa, e foi aí que a minha mãe me lembrou do dia (que não é dia porque não existe) que se aproximava e sabes do que me lembrei? Daquilo que escrevi há um ano atrás, aquilo que tu sempre dizias quando a Mafalda tinha medo de fazer uma prova. Na altura eu ainda era demasiado pequenina para perceber, estava mais interessada em chamar-te 'pécaris' ou nomes dos vilões da disney, ou então a fazer-te perguntas às quais não sabias responder (e eu bem que sabia que não sabias) para parecer que uma miúda de 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16 anos sabia mais que tu. Podia saber muito mais de ciências e desenhos animados, mas da vida, dessa matéria eras tu o mestre...

"Tens medo de viver? É o maior erro que podes cometer."

Um beijinho nesse teu coração grande que sempre tiveste e ainda o tens. *
(A Champion will always be a Champion. He was a Champion maker.)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Moonlight Sonata

- Não sei como aturas, se fosse a ti já tinha cortado isso há muito tempo.
- Mas eu tenho medo que ao fazer isso depois cortes tu comigo, como já o fizeste.
- Mas antes eu era burro, e agora não sou. Foi uma estupidez, nem sei como na altura não pensei direito, sempre fomos os melhores amigos.
- Oh, fomos os dois palermas.
- Vou-te mostrar uma música mesmo bonita, que eu gosto muito de ouvir.
- Mostra lá!
- Estás a ouvir? Vou pôr um bocadinho mais alto...
- Sim, sim... Espera lá, eu conheço essa música... Já sei, o Plushenko patinou-a! Tu gostas de Beethoven?
- Sim, claro que sim. Adoro, aliás! É mesmo triste a música e quando a ouço fico um bocadinho triste, mas é tão bonita que estou sempre a ouvir...
- É mesmo bonita, gosto tanto.
Ainda hoje quando ouço a (nossa) Moonlight Sonata parece que ouço a nossa cúmplicidade a ser transformada numa melodia com tanto sentido, ou até mesmo Patética! Patética como a outra Sonata que tanto gostamos.
Vamos ser sempre irmãos, quanto mais não seja, irmãos de iPods (quase) iguais e sem dúvida irmãos de coração, disso não tenhas dúvidas. Já são quase 17 anos, se é que não são mesmo 17, a ter-te do meu lado e não vão ser míseros km que vão mudar isso.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Say goodbye and goodnight.

O relógio de parede que a cozinha já teve marca as cinco horas da tarde. Está na hora do chá das cinco!
Aqueço a cafeteira, pego na colher e no açúcar, escolho o chá, e hoje não vou beber da caneca, hoje bebo da chávena branca com desenhos de flores a vermelho, verde, amarelo e azul:
"Aqui tens meu coração e a chave pró abrir. Num tenho mais que te dar, nem tu mais que me pedir."
Se até a chávena de chá o diz, porque é que tu nunca o percebeste? Nem mesmo depois de eu te ter explicado... Podia sempre ter escrito um bilhetinho inocente, talvez assim percebesses.
Agora quero que me devolvas o meu coração juntamente com a chave. E vê se o devolves bem inteiro, e de uma vez só. Já estou cansada desta montanha russa -Hold on tight, it's a rollercoaster ride we're on so, say goodbye cause I won't be back again- de dizeres que precisas de mim, e depois virares as costas, enquanto que atiras calhaus para o mar. E o que me dói (mais) não é saber que precisas de alguém, é saber que és capaz de ponderar deixar o teu tão "eternal beloved" por alguém que não a pessoa que dizes precisar ter tão perto. Não venhas dizer que pensas em mim todos os dias, que precisas de mim como não precisas de muita gente, porque desse chá já eu provei e dessa chávena já eu não bebo mais.
E o que me estás a fazer doer, está a parar, e sabes porquê? Porque o relógio marcou cinco da tarde e eu bebi doutro chá.
Podes continuar a fazer castelos na areia, nenhum deles será o meu!

But I'm done, with being up and down and pushed around. No more!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Forever young

Hoje quando o Sol estava mesmo no meio do céu e iluminava os nossos rostos eu percebi que realmente gostava de ficar assim para sempre, perder um quanto ou tanto a noção do tempo, perder-me no tempo - may you stay forever young-. Fechei os olhos e vi imagens tão nítidas como se já as tivesse vivido, eram tão claras que (quase) me acreditei que algum dia as iria viver. Senti-me então invadida por uma paz tão grande, tão tranquila, tão quente e iluminada, tão paz, tão nós... Já quase nem ouvia os carros a passarem na rua do outro lado do muro, os miúdos a correrem de um lado para o outro, o bater da bola de basket no chão, o grito vitorioso de um 'Cesto' ou o de frustração de um 'quase que entrava', quando toda aquela paz foi (quase) interrompida pelo repreender por não nos podermos deitar e sentir o Sol ainda mais perto. Parece mal, dizia, dá mau aspecto, reforçava, mas nós não concordamos e muito menos aceitamos. Realmente, deve haver muito poucas pessoas que não se importam de sentir o Sol como nós, de viver a Paz!
Na volta para casa, já o Sol se estava a pôr, eu perguntei "oh mãe podiamos ir ser felizes para a beira do sol?" ao qual ela me respondeu "podiamos." e eu insisti "então vamos mãe, vamos para eu poder ainda acreditar em alguma coisa feliz [dos contos de fadas] e pra tu tb seres feliz, e a mana ainda mais". Então vamos, vamos as três. E vamos respirar uma mistura de Paz com Arte, viver Arte e na Paz, sentir Paz e Arte, porque não é preciso cantar bem, dançar bem, representar bem, pintar bem, para se ser Artista -Toda a criança que nasce é Artista. Difícil é permanecer Artista depois de crescer- e eu acredito que de maneiras e em quantidades diferentes de Artistas (e de louco) todas temos um pouco.


"May God bless and keep you always, may your wishes all come true, may you always do for others and let others do for you.
May your heart always be joyful, may your song always be sung, may you stay forever young."

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Melodias do Coração desafia...


Ora portanto segundo o que eu percebi, a Mafalda Macedo (D'um detalhe) desafiou-me para isto do Meme e eu com todo o gosto aceito o desafio.
Basicamente as regras são: «Você diz 9 coisas aleatórias a seu respeito, não importando a relevância.Tendo de ter 6 verdades e 3 mentiras. Quem receber o Meme, deverá postar as 3 coisas que acha serem as mentiras do blogueiro que lhe passou o Meme».
Eu tenho de adivinhar as mentiras da Mafalda e eu acho que:
- Ela não vive com as duas primas;
- Não é agnóstica;
- E não chumbou no 10º ano.

As minhas verdades e mentiras são:
- Quero estudar cinema e produção;
- Participei num anúncio de tv quando tinha 5 anos;
- Estudo violino no conservatório de música do porto;
- Já passei férias na Tailândia;
- Este verão fui com duas amigas para Londres de férias;
- Rachei o queixo 3 vezes.
- Participei numa adaptação do bailado russo "Coppelia" pela Lampadinha Academia de Dança;
- Adoro tudo o que seja da Disney;
- Ando todos os dias de comboio para ir para a escola.

E agora Melodias do Coração desafia:
. a autora de «Pensamentos Rascunhados»
. as autoras de «Mãos no Fogo»
. a autora de «Um Chocolate à Chuva»

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Oh, the Times they are a changing!

Parece que já sinto o cheiro dos malmequeres e do jasmim que nascem no meu quintal, aquela brisa aconchegadora de Primavera e até mesmo o Sol pouco ardente mas que pinta sorrisos e derrete tristezas. Já não podia mais com esta depressão embalada pela chuva. A neve ainda congelava algumas gargalhadas, mas a chuva... esta batia com força e escorria pelos vidros sujos e tristes.
Ainda é cedo para afirmar que o tempo de bonança está a chegar- ainda estamos em Fevereiro-, aliás ainda é demasiado cedo para dizer que a chuva pesada já foi embora e que com ela foste tu e levaste as tuas depressões. Eu bem que arrumei a roupa de inverno nos baús mais velhos da casa, escondi as luvas e os cachecois, e chamei pelo Sol. No início estava a resultar, o Sol estava a chegar, e para mim tu já tinhas ido com a chuva, mas anunciaste há uns dias que viriam aguaceiros, porque tu não consegues fazer que haja (para ti) Sol sem mim. Desculpa, mas desta maneira, da que tu queres, eu não consigo fazer com que o Sol brilhe em ti. Quando já fazia planos para os dias em que os nossos dias de Sol se cruzassem e mantivessem juntos por muito muito tempo, tu fizeste chuva para fugires, mas agora quem foge sou eu. E fujo com o Sol! Hoje mesmo!
E assim me despeço (mais uma vez, e desta até sempre!) com um abraço quente como o Sol que há em mim, vamos por Terras desconhecidas para a aventura, enquanto que tu ficas lá por terras do Sul, a conquistar Barbies como D.Afonso Henriques conquistou essa terras de Mouros...

"If your time to you
Is worth savin'
Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin'"

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Pertinho do teu coração

Já não me lembrava da última vez que tinha adormecido ao teu lado, junto ao teu peito a ouvir o teu coração a bater. Não devia ter mais que 5 ou 6 anos, os cabelos castanhos, encaracolados e compridos cobriam-me a cara, eu enrolava-me toda para não ter frio, encostava a minha cabeça no teu ombro e acompanhava o "subir e descer" da tua respiração... não mudou muita coisa nestes 12 anos, o cabelo continua castanho, comprido e encaracolado, e talvez eu ocupe mais um bocadinho de espaço na cama mesmo estando enrolada, mas continuo a ouvir o bater do teu coração, e sabes, nunca pensei que soubesse tão bem! Nunca tinha prestado tanta atenção à vida que o teu coração pesa, e sou às vezes tão incompreensiva e chego mesmo a ser egoísta, e hoje fiquei mais que agradecida por ouvir o teu coração a bater cheio de vida, e por ter tido a melhor sesta que alguma vez tive! Hoje senti-me como se fosse outra vez pequenina, a avó veio-me cobrir com mantinhas para eu não ter frio, e quando acordei e olhei para ti, estavas de olhos fechados, respiravas alto e eu feliz por te ouvir a respirar, feliz por saber que estás comigo. Olhei para a avó e (re)vi-nos nos olhos dela, estavam carregados de felicidade. Até ela se esqueceu de todas as discussões e confusões. Sabes, eu gosto muito muito de ti avô, e vou continuar a gostar, sempre sempre sempre, mesmo quando tu não és compreensivo, ou quando dizes que a minha roupa está fora de moda, ou mesmo quando penso que gostas mais da Mafalda, ou até quando discutes com a avó. Porque eu tambem sou incompreensiva às vezes, e hoje senti-me como há muito tempo já não me sentia, pertinho, mas muito pertinho, mesmo juntinha ao teu coração.


Two ravens in the old oak tree,
one for you and one for me.
And bluebells in the late December,
I see signs now all the time.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Gente grande

Hoje quando entrei lá em casa senti o quentinho da lareira. Aquela lareira para onde eu atirei a chupeta no Natal porque dizia que já era grande, não precisava da chupeta, queria crescer. Na verdade, eu não cresci, assim que vi as chamas consumirem a chupeta, desatei num choro tão alto mas que não tinha sido suficientemente forte para a recuperar. E eu não cresci, eu não superei o obstáculo, eu era ainda tão dependente...
Hoje já não quero crescer, e assim que entrei lá em casa, parecia que ainda ouvia os nossos risos sinfónicos de miúdas pequeninas a chamar pelo Pai Natal, ou então aquele "Silêncio que nós queremos cantar!".
Oh Mamã diz-me que lá por entrarmos numa nova fase, não quer dizer que tenhamos já de largar a chupeta e crescer, crescer, crescer, ..., crescer tanto que ficamos como gente grande!

Quando cheguei a casa, fui fazer o chá quentinho que eu não dispenso, peguei na mantinha e sentei-me à nova lareira a ouvir o estalar da chupeta, o eco do meu choro, e todas aquelas recordações que tanta falta me fazem. E depois envolveste-me num abraço quentinho e eu pedi para que nunca fosses embora... :')