Da primeira vez que aqui vim era tudo desconhecido, não havia memórias nem imagens associadas a nenhuma das casas, ou ruas, ou cafés por onde passava. Era um lugar como outros onde eu nunca estive, com uma particularidade. Lembro-me de abrir a porta do carro, inspirar bem fundo e de dizer "Cheira a mar!". Cheirava a mar, como tantos outros lugares à beira mar cheiram. Havia um pouco de vento a mais, mas lembro-me do meu pai dizer que "Nas cidades à beira mar é sempre mais ventoso". Aparentemente era uma cidade como tantas outras, e eu não gostava do facto de (ainda) não me sentir em casa e de (ainda) não reconhecer nenhuma das casas, ruas, cafés ou pessoas por onde eu passava, mas lembro-me de me dizerem que "É normal porque é tudo novo, as recordações levam tempo a serem "criadas", e um dia aqui vai cheirar não a mar, mas a casa".
Hoje, quando abro a porta do carro e inspiro bem fundo, digo sempre "Cheira a mar!", porque o mar agora cheira a casa, e não a qualquer outra cidade que é mais ventosa que o normal. Hoje, quando passo pelas mesmas casas, ruas ou cafés, vejo muito mais que isso. Vejo pessoas, histórias e recordações que não precisaram de muito tempo para serem criadas, porque aqui, à beira mar, há muito amor que faz bem, e paz que sossega o coração.
And all of these moments just may find their way into my dreams tonight, but I know that they'll be gone when the morning light sings and brings new things for tomorrow night, you see that they'll be gone too. Too many things I have to do. But all these dreams find their way to my day to day scene. Let me tell you thing, it's always better when we're together.