Ela tinha chegado de Terras de Sua Majestade, e eu adivinhava-lhe já o ar novo e frio, misturado com todo o calor da alegria que lhe é tão constante e característica, de quem traz aventuras aliciantes guardadas numa caixinha de recordações.
A ansiedade era como borboletas na barriga, que parecia que nunca mais consumiam o tempo. E passadas as horas, os minutos e os segundos, chegou o tão desejado e eterno abraço. O abraço que estava marcado já há uma semana, que tinha o lugar por preencher e que nunca será ocupado por mais nenhum, se não por aquele quente, doce, cumplice e eterno abraço.
Estava ainda mais bonita do que a Cinderela, nunca gostaste das princesas loiras e com razão! Ainda pra mais, a Cinderela nunca teve, não tem, nem terá, o calor da tua alegria, estavas mais que uma Princesa, e mais importante, estavas lá. Tu. Eu. e a Mãe.
Soam as doze badaladas, está na hora Princesa.
As serpentinas e os confetis caíram mesmo. E os duendes vestidos de verde, o Pai Natal (sim, quando se faz 18 anos costuma aparecer o Pai Natal, pelo menos eu gostava), as fadas, o Ribeiro,..., estavam lá todos de olhos postos em ti. Mas só tu os poderias ver (e obviamente eu, que sonho tão ou mais alto que tu, e a mãe, porque é mãe e sabe sempre tudo, e sonha connosco). Ainda não és uma mulherzinha, aliás não devias deixar que te dissessem que o és. Continuas a ser a criança à qual eu pertenço e que me pertence também. Só há uma diferença, agora já podes tomar as rédias dos cavalos de Apólo e seguir com a carruagem do Sol por outros mundos, já podes voar mais alto, assumir o controlo e seguir para onde o teu coração quer (lá para as Terras de sua Majestade), mas nunca sozinha... Eu vou estar do teu lado, e a mãe do outro, e certamente muita mais gente... mas nós estamos mesmo!
"You'll be with me like a handprint on my heart.
And now whatever way our stories end,
I know you have re-written mine by being my friend."